O Túnel de base de São Gotardo é um túnel ferroviário na Suíça ligando Erstfeld e Bodio. Tem um comprimento de 57 km e um total de 153,5 km de túneis, poços e passagens previstas, ultrapassando assim o mais longo túnel do mundo, o Túnel Seikan no Japão.
Permite descongestionar e aumentar o tráfego entre o norte e o sul da Europa. Foi inaugurado em 1 de junho de 2016 e entrou em funcionamento regular em 11 de dezembro de 2016. A infraestrutura levou perto de duas décadas a ficar concluída, tem como objetivo “revolucionar” o transporte de mercadorias na Europa. A inauguração contou com a presença de altas individualidades: com o presidente suíço estiveram Angela Merkel, a chanceler alemã, o presidente francês François Hollande e o então primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.
O túnel tem 57,1 quilómetros de comprimento e levou 17 anos a ser construído. Os comboios de alta velocidade levam 17 minutos a atravessá-lo. Cerca de 260 comboios de mercadorias e 65 de passageiros deverão passar pelo Gotthard diariamente a partir de dezembro de 2016. O túnel em si - que custou mais de 10 mil milhões de euros - começa em Erstfeld, no cantão suíço de Uri, e termina em Bodio, já num cantão diferente, o Ticino. A obra para a ferrovia foi concluída dentro do prazo e não houve qualquer derrapagem no orçamento. Os eleitores suíços votaram em referendo o projeto de construção em 1992; dois anos mais tarde, decidiram apoiar um projeto de grupos ambientalistas que defendia que todos os transportes de mercadoras na Suíça deveriam passar por carris.
No ponto onde atinge maior profundidade, o Gotthard vai até 2,3 quilómetros debaixo de terra, com as rochas a atingirem temperaturas até aos 46 graus. Descreve uma trajetória plana e sem curvas, o que permitirá aos comboios mais pesados viajar com apenas uma locomotiva, em vez de duas ou três. Para perfurar a montanha, os engenheiros tiveram de fazer explodir 73 tipos de rochas diferentes, algumas tão duras quanto granito, outras moles como açúcar. Foram escavadas mais de 28 mil toneladas de pedra e nove trabalhadores morreram durante as obras.
Este túnel faz parte do projeto chamado nova transversal ferroviária alpina no valor de 23 mil milhões de euros, cujo objetivo é fazer passar mercadorias e passageiros por debaixo da cordilheira dos Alpes, que divide o norte e o sul da Europa.