31/12/2016

A Primeira Ferrovia do Brasil.

O empreendedor brasileiro, Irineu Evangelista de Souza, (1813-1889), mais tarde Barão de Mauá, recebeu em 1852, a concessão do Governo Imperial para a construção e exploração de uma linha férrea, no Rio de Janeiro, entre o Porto de Estrela, situado ao fundo da Baía da Guanabara e a localidade de Raiz da Serra, em direção à cidade de Petrópolis.

Barão de Mauá.
O Barão de Mauá, patrono do Ministério dos Transportes, nasceu de família humilde, em Arroio Grande, Rio Grande do Sul. Em 1845, à frente de ousado empreendimento construiu os estaleiros da Companhia Ponta de Areia, em Niterói, iniciando a indústria naval brasileira. Em 11 anos, o estabelecimento fabricou 72 navios a vapor e a vela. Entusiasta dos meios de transporte, especialmente das ferrovias, a ele se devem os primeiros trilhos lançados em terra brasileira e a primeira locomotiva denominada “ Baroneza”. A primeira seção, de 14,5 km e bitola de 1,68m, foi inaugurada por D. Pedro II, no dia 30 de abril de 1854. A estação de onde partiu a composição inaugural receberia mais tarde o nome de Barão de Mauá.

Locomotiva Baroneza, ostentava em sua dianteira o imponente numero 1.


A Estrada de Ferro Mauá, permitiu a integração das modalidades de transporte aquaviário e ferroviário, introduzindo a primeira operação intermodal do Brasil. Nesta condição, as embarcações faziam o trajeto inicial da Praça XV indo até ao fundo da Baía de Guanabara, no Porto de Estrela, e daí, o trem se encarregava do transporte terrestre até a Raiz da Serra, próximo a Petrópolis. A empresa de Mauá, que operava este serviço, denominava-se “Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro Petrópolis”.

A estação Guia de Pacobaíba, antiga Estação Mauá foi a primeira estação de trens do Brasil, inaugurada em 30 de abril de 1854 como parte da Estrada de Ferro Mauá, a primeira ferrovia Brasileira. Na foto podemos ver o porto de Mauá, que compunha  a estação.


A locomotiva “Baroneza”, utilizada para tracionar a composição que inaugurou a Estrada de Ferro Mauá, continuou prestando seus serviços ao longo do tempo e foi retirada de circulação após 30 anos de uso. Foi a primeira locomotiva a vapor a circular no Brasil e transformada, posteriormente, em monumento cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Esta locomotiva, por seu importante papel, como pioneira, constitui pedaço da história do ferroviarismo brasileiro. Foi construída em 1852 por Willian Fair Bairns & Sons, em Manchester, Inglaterra, fazendo, atualmente, parte do acervo do Centro de Preservação da História Ferroviária, situado no bairro de Engenho de Dentro, na cidade do Rio de Janeiro.

Locomotiva a Baroneza, atualmente em exposição no Museu do Trem, no engenho de Dentro, RJ.
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29/12/2016

Locomotiva 353, a "Velha Senhora", é a Maior Locomotiva a Vapor Ainda Em Operação No Brasil.

Em mais um importante capítulo da história da preservação da memória e do patrimônio ferroviário, a “Velha Senhora”, como é conhecida a locomotiva 353, passa a operar de forma definitiva na linha turística na cidade de Guararema - SP, entre a estação Central e a estação de Luís Carlos, em um trecho de aproximadamente sete quilômetros. O passeio cultural irá promover uma verdadeira volta ao passado. Com a plena atividade o equipamento passará a ser o maior movido a vapor em funcionamento no país.

Locomotiva 353, foto atual após restauração.


É uma locomotiva de origem americana, fabricada pela Baldwin Locomotive Works, tipo Pacific, rodagem 4-6-2 (ou seja quatro rodas guias, seis rodas de tração e mais duas rodas guias na parte traseira), foi fabricada em 1927. Ela foi desativada nos anos 60.
Mas nesse período tracionou vários tipos de composições, desde passageiros a cargas. Atuou na Estrada de Ferro Central do Brasil e no trem conhecido como Cruzeiro do Sul.

Diferente das locomotivas mais comuns, a 353 possui 3 cilindros o que a torna mais potente e veloz.

Ficha Técnica:

  • Fabricante: Baldwin Locomotive Works
  • Data de fabricação: janeiro de 1927
  • Número de série: 59736
  • Tipo: 4-6-2 “Pacific”
  • Cilindros: 457mm x 711mm (diâmetro x curso)
  • Diâmetro das rodas motrizes: 1727mm
  • Peso total: 147.709kg (locomotiva+tênder em ordem de marcha)
  • Esforço de tração: 12.900kg (atual)
  • Bitola: 1,60m
  • Ferrovia original: Estrada de Ferro Central do Brasil
Nesta foto temos a irmã gêmea da 353, a 352, que também foi usada na Central do Brasil.

Nesta foto temos a Velha Senhora saindo em viagem inaugural do Trem Turístico de Guararema.

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28/12/2016

Stokton & Darlington Railway, a Primeira Ferrovia do Mundo

A primeira ferrovia construída no mundo para transporte regular de carga e passageiros era inglesa. Foi inaugurada em 27 de setembro de 1825. Ligava as cidades de Stokton e Darlington. Tinha 32 quilômetros de trilhos e levou 10 anos para ser construída.

Pintura retratando a inauguração da Stokton & Darlington Railway.


E o nome por trás desse grande feito é o de George Stephenson, também criador da primeira locomotiva a vapor com resultados satisfatórios.

Diversos países europeus utilizavam ferrovias desde o início do séc. XVI. No entanto, essas ferrovias destinavam-se principalmente ao transporte de carvão e minério de ferro extraídos de minas subterrâneas. As ferrovias de mineração consistiam de dois trilhos de madeira que penetravam ate o interior das minas. Homens ou cavalos empurravam vagões munidos de rodas com frisos ao longo dos trilhos. Os vagões moviam-se com mais facilidade sobre os trilhos do que sobre a terra cheia de sulcos e enlameada, ou sobre o chão das minas.

No início do séc. XVIII, as companhias de exploração de carvão da Inglaterra iniciaram a construção de pequenas estradas de trilhos de maneira para transportar carvão na superfície e no subsolo. Cavalos impulsionavam uma sucessão de vagões sobre os trilhos. Em meados do séc. XVIII os trabalhadores começaram a revestir os trilhos de madeira com tiras de ferro a fim de torná-los mais duráveis. Mais ou menos na mesma época, os ferreiros ingleses deram início à fabricação de trilhos inteiramente de ferro. Os trilhos eram munidos de bordas para conduzir vagões com rodas comuns. No final do séc. XVIII, os ferreiros estavam produzindo trilhos inteiramente de ferro e sem bordas, que conduziam vagões com rodas munidas de bordas.

Nesse período, inventores desenvolviam a máquina a vapor. No início do séc. XIX, o inventor inglês Richard Trevithick construiu a primeira maquina capaz de aproveitar a alta pressão do vapor. Montou-a sobre uma subestrutura de quatro rodas planejada para se deslocar sobre trilhos. Em 1804, Trevithick fez uma experiência com este veículo, puxando um vagão carregado com 9 t de carvão por uma extensão de 15 km de trilhos. Era a primeira locomotiva bem-sucedida do mundo. Logo, outros inventores ingleses seguiram seu exemplo.

Um construtor de locomotivas inglês, George Stephenson, construiu a primeira ferrovia pública do mundo, ligando Stockton a Darlington; foi inaugurada em 1825. Cobria uma distância de 32 km. Tornou-se a primeira ferrovia a conduzir trens de carga em horários regulares. A segunda ferrovia de Stephenson foi entregue ao publico em 1830. Tinha 48 km de extensão e ligava Liverpool a Manchester. Foi a primeira ferrovia a conduzir trens de passageiros em horários regulares.

Locomotiva usada na primeira ferrovia do mundo. Atenção para a data inscrita na parede da garagem, citando o ano de inauguração da ferrovia Stokton & Darlington.
Na foto abaixo podemos ver uma réplica da locomotiva usada no início da S&D, para as comemorações do centésimo aniversário da ferrovia.

Comemorações do centésimo aniversário da Stokton & Darlington Railway.


Foi Stephenson quem pela primeira vez sentiu a necessidade de as ferrovias de um país possuírem uma bitola padrão. A bitola adotada para as ferrovias por ele construídas - 1,435m - correspondia ao comprimento dos eixos de muitos carros puxados por cavalos. Esta bitola foi adotada pela maioria das ferrovias européias, norte-americanas e canadense.

Afinal Quem Inventou o Trem

É possível dizer que o surgimento dos trens foi fruto da contribuição de diversas pessoas. Acredita-se que o jesuíta belga Ferdinand Verbiest tenha sido um de seus precursores ao idealizar em 1681, em Pequim, uma máquina auto-propulsora a vapor.


Ilustração da máquina a vapor construída por Ferdinand Verbiest em 1681.


Em 1769, o militar francês Joseph Cugnot construiu em Paris uma máquina a vapor para o transporte de munições.

Carro a vapor construído por Joseph Cugnot em 1769.



Após várias tentativas fracassadas, o engenheiro inglês Richard Trevithick conseguiu construir em 1804 uma locomotiva que fora capaz de puxar cinco vagões com dez toneladas de carga e setenta passageiros à velocidade de 8 km/h.


Locomotiva a vapor construída em 1804 pelo inglês Richard Trevithick.

O também inglês John Blenkinsop construiu uma locomotiva em 1812 que usava dois cilindros verticais, capazes de movimentar os dois eixos, unidos a uma roda dentada que faziam acionar uma cremalheira. Esta máquina também usava trilhos de ferro-fundido, que vieram a substituir definitivamente os trilhos de madeira usados até então. Estes trilhos ou linhas de madeira haviam sido desenvolvidos na Alemanha por volta do ano de 1550 e serviam carruagens que eram puxadas por animais.
Locomotiva a vapor construída por John Blenkinsop.

No entanto, pode-se dizer que o grande passo para o desenvolvimento dos trens foi dado por George Stephenson.

George Stephenson.

Este inglês, mecânico nas minas de Killingworth, construiu a sua primeira locomotiva em 1814. A Blucher, como foi chamada, se destinava ao transporte dos materiais das minas e conseguia puxar uma carga de 30 toneladas à velocidade de 6 km/h.
Blucher, locomotiva criada por George Stephenson.
Stephenson construiu a primeira linha férrea da história, entre Stockton e a região mineira de Darlington: inaugurada em 27 de Setembro de 1825, tinha 61 km de comprimento.

Stockton & Darlington Railway.


Quatro anos mais tarde, foi chamado a construir a linha férrea entre Liverpool e Manchester. Nesta linha foi usada uma nova locomotiva, a Rocket, que tinha uma nova caldeira tubular inventada pelo engenheiro francês Marc Seguin e já atingia a velocidade de 30 km/hora.


No início do século XIX, as rodas motrizes passaram a ser colocadas atrás da caldeira, aspecto que permitiu aumentar o diâmetro das rodas e, consequentemente, o aumento da velocidade de ponta. O escocês James Watt, com a introdução de várias alterações na concepção dos motores a vapor, muito contribuiu também para o desenvolvimento das estradas de ferro. A partir daqui, a evolução do trem e das linhas ferroviárias tornou-se efetiva. Na metade do século XIX já havia milhares de quilômetros de vias férreas por todo o mundo: na Inglaterra, 10 mil; nos EUA, 30 mil. Neste último, com a colonização do Oeste, tal cifra atingiu mais de 400 mil quilômetros no início do século XX.


Num ápice, as locomotivas passaram do vapor à eletricidade. No dia 31 de Maio de 1879, Werner von Siemens apresentou na Exposição Mundial de Berlim a primeira locomotiva elétrica. No entanto, o seu desenvolvimento só foi significativo a partir de 1890. A história da locomotiva elétrica é polêmica: há quem atribua igualmente esta invenção tanto ao norte americano Thomas Davenport como ao escocês Robert Davidson.
Locomotiva elétrica apresenta por Werner von Siemens.

Nos fins do século XIX, Rudolf Diesel inventou o motor de injeção a diesel e com ele novas locomotivas foram desenvolvidas. Também foram criadas locomotivas que utilizavam os dois conceitos (elétrico e diesel), sendo por isso bastante versáteis. Tais máquinas começaram a conquistar o espaço das velhinhas locomotivas a vapor que, no entanto, se mantiveram na ativa até 1977, ano em que foram definitivamente afastadas, acusadas de serem causadoras de diversos incêndios.
Locomotiva a diesel usada no Brasil.

Mais recentemente foram desenvolvidas também locomotivas com turbinas a gás e com elas chegamos aos trens de alta velocidade, capazes de atingir os 300, 400 e mais quilômetros por hora. A França foi o maior impulsionador deste tipo de trem, com o seu TGV “Train Grand Vitesse”: em 23 de Setembro de 1981 foi inaugurado o primeiro traço da linha Paris – Lyon e em 3 de Março de 2007 um TGV passou a atingir os 574,8 km por hora na nova linha Paris-Estrasburgo, batendo o antigo recorde de velocidade ferroviário que era de 515 km/h. Em 1993 foi inaugurada a linha que une Paris à Bélgica, Holanda, Alemanha e ao Reino Unido através do Túnel da Mancha.


Veja abaixo o vídeo onde a locomotiva atinge 574,8 KM/H:




No entanto, embora a França continue sendo a maior impulsionadora dos trens de alta velocidade, não foi pioneira nesse sentido: 17 anos antes, em 1964, os japoneses inauguraram a sua primeira linha de alta velocidade, ligando Tóquio a Osaka com as famosas locomotivas Shinkansen. O trem de levitação magnética, mais conhecido por Maglev, faz parte das últimas novidades na tecnologia ferroviária, embora a primeira patente desse modelo tenha sido registrada ainda em 1969.

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21/01/2016

Estações ferroviárias abandonadas pelo mundo.

Preparamos uma lista com 10 estações abandonadas pelo mundo. Umas maiores, outras mais simples, mas todas com seu valor.

1 - Estação de trem abandonada na Abcásia, antigo território russo. Ela permanece intocada desde o colapso da URSS.





2 - Túnel ferroviário abandonado em Durrow, Co. Waterford. A linha foi anteriormente parte da rota ferroviária de Mallow para Waterford.


3 - Estação Ferroviária Allora remonta a 1897, mas está em desuso agora, juntamente com o lança grão ao lado. Os antigos dormentes de madeira estão se deteriorando.


4 - Originalmente chamado de 'Stour Vale Line', este ramal de Suffolk foi brevemente conhecido como o 'The Line Lovejoy "(depois de uma série da TV BBC sobre um antiquário local).

5 - Estação ferroviária abandonada no caminho entre Curitiba e Paranaguá, Brasil.


6 - Estação na aldeia de Smogóry, perto Sulecin, Lubuskie, Polônia.


7 - Estação Internacional Canfranc (Espanha)





8 - Estação Parque Estadual Liberty (Nova Jersey)





9 - Oakland ocidental Street Station 16 (California)




10 - Estação central de Michigan, Detroit (Michigan)






Seleção de imagens com ferrovias, trens e suas antigas estações.

Separamos para os amantes da ferrovia uma lista com as mais belas imagens de trens, ferrovias e suas estações.

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